Acordei assim:
Inconformada.
Com raiva de mim.
Preço alto pagando
pela promessa que fiz:
não te procurar.

Mas quando vejo...
já digitei.
Apago.
Envio.
Me arrependo.

Ficar sem o mal que me faz bem
parecia fácil.
Só que não.

E eu nem sei mais o que fazer
quando te revejo:
ferro, suor e Kaiak.
O corpo pega fogo.
A alma se desfaz.

Quando é que isso tudo
vai parar de importar?

Fingir tua falta
não me rasga por dentro
é teatro que só eu vejo.
E se eu olhar pra trás?
E se eu voltar pra esse lugar
e o vazio continuar?

Porque nada, nem ninguém,
preenche o espaço que
é teu.
Sempre foi.
Aqui.
No meu coração.

Corri tanto,
só pra fugir de nós dois.
Mas se nada disso
valer a pena no final...
fico como?

Remendo de que jeito?

Hoje foi longo demais.
Tudo em mim desmoronou.
E a vontade de correr
pros teus braços e beijos
gritou mais alto que o orgulho.

E eu deixei.
Pelo menos aqui,
nessas palavras.