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Asas Podadas
Lágrimas que não caem, mas inundam meu ser. Uma dor pungente pulsa, reverberando em cada canto de mim. Quero prantear esse grito mudo — essa súplica sem nome que não sei explicar. O coração aperta, fica pequeno demais pra conter essa bagagem de luta, de busca, de sobrevivência. Por que me inquieto tanto com o que, pra maioria, é apenas o natural? O necessário. O essencial. Mas em mim, não basta. Não preenche. Não pacifica. Esse choro que calo me afoga. Debato-me até a exaustão. Subsistir... é melhor que desistir? Não sei. Só sei que me sinto ferida — como um pássaro com as asas podadas em nome da segurança da gaiola. Mas o que eles chamam de segurança, pra mim, é prisão. E mesmo ferida... ainda quero voar. Alçar outros céus. Descortinar outros azuis. Encontrar refrigério, beleza e paz.
Fabiana Ferreira Lopes
Enviado por Fabiana Ferreira Lopes em 17/06/2025
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