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Inverso
Como não te vi estando sempre aqui? Que caminho foi esse que te manteve Longe do meu alcance? E agora que meus olhos se abriram E meus lábios te provaram, Como conter a inquietação de não estar contigo? Como não querer descobrir os teus códigos E decifrar-te por inteiro? Se és presença tão real quanto o ar que respiro, Como ignorar tua ausência que grita em mim? Me perco nas entrelinhas do que não foi dito, E me encontro nos vestígios do que sentimos. Quero te ler com a ponta dos dedos, Mapear tua essência com meu silêncio mais atento, Permitir que tu me inundes Como a brisa que antecede a tempestade. Não mais me contento com o raso, Agora que provei do teu abismo. És enigma que escolhi não resolver — Mas habitar.
Fabiana Ferreira Lopes
Enviado por Fabiana Ferreira Lopes em 14/06/2025
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