Salvação
E como um navio
Eu estou longe Recordando me pouco Do cais que ficou para trás Vou andando por ruas e avenidas Vou indo ainda sem saber para onde Onde meu refúgio? Que braços chamar de porto? Nuvens espessas encobrem meu céu A luz parece um ponto tão distante A quem chamar de lar? Eu quis tanto um abrigo Para proteger me das tempestades e tormentas Mas meu coração contrito Por vezes sente se inapto A outra vez amar Amar com toda entrega Que já fez um dia Isso parece ter sido em outra vida Os anos pesam sobre mim Sinto a alma envergada Sinto me tão cansada Da busca e das tentativas De bonança... será que existe esperança Para alguém como eu? Oriunda de lutas e guerras que nunca chegam ao fim E o desfecho das horas vazias Resume se em dor, desamor e solidão Eu transbordo em lagrimas que ninguém enxuga Oro uma prece sentida dentro da minha escuridão Já pedi ao céu quem me salvasse da fera Não espero mais por isso Só aguardo na amargura camuflada do meu ser Por salvação.
Fabiana Ferreira Lopes
Enviado por Fabiana Ferreira Lopes em 25/04/2019
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