Fabiana Ferreira Lopes

" A vida só se da para quem se deu" Vinicius de Moraes

Textos

Solidão
Algo agiganta-se
Não vislumbro a forma
Não sei nem mesmo o nome
Só sei que sufoca-me
E consome.
Em meu desespero
Procuro reagir
E quanto mais debato-me
Mais arraigada estou.
E horas escoam por entre os dedos
O tempo enverga-me a alma
E usurpa meus sonhos.
Diante desse gigante
Vergo-me
Só não sei como não quebro.
Talvez porque eu seja
Nada mais que pedaços
Fragmentos perdidos.
Olho diante o espelho
E já não reconheço
Os traços.
Inebrio-me
Entre uma farsa e outra
A qual sou protagonista
Fadada a carregar esse fardo
Indo e vindo
Mas sempre presa
No ponto de partida.
Vilependiada pela sorte
Ou será pelo destino?
E por mais que eu busque
Incansavelmente uma razão
Não a encontro.
Sinto-me como um passaro
Trancado em uma gaiola
Mas se ganho a liberdade
Para onde voar?
Onde é meu lugar?
Onde esse lugar comum
Que tantos transitam felizes
E eu aqui
Sem porto
Sem ninho.
Só este silêncio
O imenso vazio.
Que suplicia meus dias
Que vara minhas noites.
Insone e sozinho
Eu busco por respostas
As quais ecoam em mim
Orbitam sobre mim
E não encontram respaldo algum.
E eu me pergunto:
Do que realmente adiantou
Toda essa busca incessante
Por algo maior?
Por não querer ser só
Mais um nessa multidão
Encontro me aqui
Só eu e a solidão.
Fabiana Ferreira Lopes
Enviado por Fabiana Ferreira Lopes em 07/09/2014
Alterado em 26/09/2014
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