Um dia o seu desamor por mim
Vai deixar de fustigar meu coração
Sei que enquanto este dia não chega
Ainda irei chorar.
Chorar noite e noites
Tentando esquecer
Tentando entender
E as manhãs chegarão tristes
Como esse dias de inverno.
Não farei muito esforço
Para sair da cama
E quando o fizer
Será em estado de corpo presente
Pois minha alma vagará perdida
Pela imensidão em busca
De algum alento.
Enquanto essa dor pulsar
No meu peito
E eu ainda me lembrar
De lugares, perfumes e cores
Ficarei enclausurada dentro de mim
Sorvendo cada gota deste amargo fel.
Vou supliciar meu corpo
Negando a ele outros toques
Outro carinho.
E permanecerei inerte
A beira do caminho
Não pronunciarei seu nome
Cerrando meu lábios  no silencio
Que só os que padecem por desamor
Podem compreender.
Um dia porém
Toda essa dor se esvairá
Todo esse estado de torpor
E flagelo que você me causou
Vai passar.
Assim como o inverno
Dando lugar ao verão
Você não mais
Habitará meu coração.
Então como as árvores
Que perdem suas folhas
E se ressentem com a poda
Eu renascerei.
Como a fênix
Imergindo de suas cinzas
E não olharei para trás
Nem sequer lembrarei
Do timbre da sua voz
Da cor da sua tez.
Estarei liberta da sua figura
Assim como os escravizados
Rompendo seus grilhões
E indo ruma a liberdade.
Um dia vai parar de doer
E eu enfim
Terei minha redenção!