Sinto todo o fardo que esse
Amor tornou-se meu viver.
É amor em dor maior
Dor que lateja e sangra.
No peito dardo flamejante
Custam-me muitas lagrimas.
Se tira-lo morro de vez
Que faço eu da vida então?
Fico neste quarto escuro sobre
Os escombros do passado que insistem
Em ficar?
Abro as janelas e deixo o sol entrar?
Eu sei que você não vai voltar
Então o que faço eu com toda essa bagagem?
Desses longos anos de choro e espera.
Encolho-me num canto ou me liberto dessas amarras?
E como se faz isso?
Assumo que habituei com tua sombra
E se dissipá-la com a luz o que me resta?
A quem vou recorre nesses momentos
Em que o vinho não faz mais efeito?
Fez-se de minha vida uma continuidade da sua
Quem eu sou sem tua figura?
Sem a lembrança do que nunca foi?
Para onde vou sem ter você como guia?
Porque eu lhe entreguei tudo
E hoje olho diante ao espelho
E não me reconheço mais!
Como volto atrás?
Ou melhor, como sigo em frente
Entregou-se em tuas mãos
O meu bem mais precioso
A minha vida!