Acreditei ser capaz de transpor oceanos
De atirar-me ao precipício
E de entender os sinais do céu


Por amor eu enfrentei todos os meus demônios
E quis ir além do que se pode ver com os olhos.
Por amor eu me despi de tudo que me parecia seguro
E  entreguei -me sem nenhum temor.

Abdiquei de pátria, de religião
Rompi com que se dizia ser o certo
Virei ás costas e  lancei-me ao desconhecido

Por amor eu deixei o fogo me queimar
E chorei horas á fio, sentada á beira mar.
Por amor eu sucumbi diante dos que  achavam me forte
E deixe conduzir me por isso que chamam de sorte.

Desejei o topo do mundo
Desci ao inferno
Perdi - me no escuro profundo.


Por amor eu mudei o meu nome
Mudei a mim mesma
Renasci das minhas próprias dores
Enterrando meu passado e meus rancores.

Perdi noites, entorpecida pelo vinho.
Amanheci muitas vezes num quarto vazio.
E faria tudo outra vez e mais uma vez.

Pois somente por amor
E só por amor se contesta o Divino
Discorda se dos sábios.

Cria se heróis
Derruba se mitos
Por amor e nada mais.