Fabiana Ferreira Lopes

" A vida só se da para quem se deu" Vinicius de Moraes

Meu Diário
03/01/2010 03h04
O fim

Era para ser festa!
Mas se tornou lágrimas.
Rompi o tão festejado passar do ano
Com o gosto salgado das lágrimas
E um peso sem medida no coração.

Era para dar certo
Mas no fim deu tudo errado.
Não sei se foram as previsões
Ou as pressões e minha eterna depressão.

Você sempre no papel de bom rapaz
Eu no eterno de vilã.
Mau-humorada, reclamona, repetitiva
Cansativa.
Eu que abri mão de tantas coisas.

Mas todas essas coisas não tem valor
A não ser para mim mesma.
E como se termina mesmo um grande amor?
A promessa era para ser conto de fadas
No final virou rotina.

No final você estragou tudo.
Porém para você e sua corte
Eu estraguei tudo.
Prometi não chorar mais por homens
Que não sabem amar.

Quebrei minha promessa.
E chorei nos únicos braços
Que jamais me negaria um afago
Mesmo sendo quase duas da manhã.

Não me fez perguntas
Somente me aconchegou
E me deixou chorar baixinho
Até que o sono chegasse.

O dia passou como meu coração
Moroso, chuvoso e cinza.
E você não teve ao menos a compaixão
De discar o telefone e me perguntar
Qualquer coisa.

Porque talvez o seu amor tenha limites
E seu orgulho seja ilimitado.
Talvez porque como sempre você também
Acredite que eu sou a errada.

E talvez por isso você creia que eu
Deva voltar correndo
Para um local que não gosto
Onde não tenho raízes.

E como nos filmes e finais de novelas
Dizer que o amor tudo perdoa.
O perdão é divino
Eu não.

A minha dor vai além da sua pequena
Mas soberba comprensão.
Eu acreditei realmente que você poderia
Ser meu princípe encantado.

Me esqueci que estamos velhos demais
Para essa doce magia.
Palavras são setas lançadas
E podem ferir, podem matar.

E podem acabar com aquilo
Que um dia acreditei ser um grande amor.
E não me diga que não tentei.
Não exponha meus defeitos
Fraquezas, inseguranças e fugas

Para justificar mais uma vez que
A culpa é minha.
Você me teve em sua vida
E nunca quis de fato pertecer
A complexidade dela.

Talvez seja justo.
Talvez o meu fardo seja muito pesado.
Eu conheço melhor a dor de um desamor
Do que a felicitação de uma grande paixão.

Não sei bem o que faço.
Volto para o que chamei de lar?
Faço as malas e vou embora.
Peço que você faça as suas?

E saia da minha vida
Para nunca mais voltar?
Ainda não sei.
Ainda sinto a dor latente

Pertubando ainda mais
Um sono que quase nunca veem.
E o que dirão todos?
Eu já não me importo com isso
No final a culpa cairá sobre mim.

Eu sai do jeito que entrei
Sozinha e sem nada
Você fica com todas as cartas
Que te escrevi e que um dia achei
Num canto qualquer.

Foi isso que você fez
Do nosso amor
Do amor que senti por você
Largou num canto qualquer.

Porque quando se tem certeza
Não damos tanto valor
Está ganho mesmo.
Que diferença faz.

Não me espanto
Afinal quando foi
Que o amor me deu a mão?
Você se torna só mais uma página
Em minha vida.

E mais uma magoa.
Pra levar
Neste meu pobre coração
Que nunca desiste de amar
Ainda que descubra que foi
Tudo ilusão!

Publicado por Fabiana Ferreira Lopes em 03/01/2010 às 03h04
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